Ah, é difícil ficar tanto tempo longe de casa e nem se lembrar mais que se tem um lar. Ao mesmo tempo em que se respira novos ares, conhece-se novas coisas, novos lugares, novas paisagens, há aquela tristeza que, por mais que seja rechaçada, insiste em timidamente voltar a cutucar o peito, vez ou outra. É por isso que por mais que por mais que a viagem esteja boa, “o bom filho a casa torna”.
Foi o que eu fiz. Parti, rompi laços que já eram estreitos até demais, e me prendiam quando eu menos esperava, me arrastando por horas e horas a fio para lugares-comuns do meu mundo comum. Subitamente desisti daquilo tudo e vivi meu tempo livre de uma forma nova. Nova, mas tão claustrofóbica quanto a anterior, como rapidamente descobri.
E assim, com o passar dos dias, a tal tristeza veio a me cutucar, coincidindo com a rotina que eminentemente anunciava sua volta iminente. Essa tristeza tímida virou saudade, a saudade se tornou realidade, e a realidade me trouxe aqui mais uma vez para colocar tudo nos conformes e dar início a um novo ciclo que começa agora. E sabe-se lá onde vai parar.
O importante mesmo é que eu estou de volta, lamentando o tempo que perdi, porém reconhecendo as experiências que acumulei para, uma vez mais, recomeçar. Vamos lá.
Por Gabriel Goes