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Não chore, Argentina

Para que não se perca o elo com o tema “Argentina”, discutido no último post, aqui vai mais um. E o tema é uma violência contra o bom senso cometida naquele país.

Universidades, como todos sabemos, são lugares onde o social e o intelectual se juntam de maneira a formar uma harmonia que levará a produção de conhecimento, seja ele somente para sanar as pequenas dúvidas e curiosidades do homem, ou então para problematizar e solucionar grandes questões que atingem a todos no mundo. São lugares de pensadores, pesquisadores, escritores, cientistas e tudo mais.

Rodolfo Walsh, para quem não sabe, foi um escritor e jornalista cubano, fundador da agência oficial de notícias de seu país, a Prensa Latina, em atividade até ser pego pela mão de ferro da ditadura e desaparecer.

O elo entre esses dois parágrafos aparentemente desconexos é: A Universidad Nacional de La Plata conta com um prêmio chamado Rodolfo Walsh, que homenageia aqueles que honram a diversidade e a comunicação entre os povos.

E o absurdo reside no fato de que o prêmio Rodolfo Walsh foi concedido a Evo Morales e, mais recentemente, me levando a escrever este texto, Hugo Chávez. O primeiro é presidente da Bolívia e camarada do segundo, presidente da Venezuela.

Pondo a situação em claro, pode-se dizer rapidamente que só na Venezuela quatro emissoras de televisão com linha editorial de oposição foram obrigadas a parar de transmitir por terem sido estatizadas e impedidas de veicular sua programação normal para passar discursos de Chávez. Na Bolívia de Morales, a situação não foge muito do controle do governo estatizante e extremamente nacionalista também.

Assim sendo, está então constituída a barbárie. No entanto, manifestações rapidamente surgiram, e aqueles que entendem o tamanho do paradoxo criado pela UNLP levantaram sua voz. Não chore, Argentina. Ainda há quem lute por você e para você. Por mais que insistentemente Cristina Kirchner e outros, como a tal Universidade, tentem provar o contrário.

 

Por Gabriel Goes


Investida imprudente

Desde a morte de seu marido, Néstor Kirchner, que era quem governava de facto, Cristina, presidente da Argentina, anda meio perdida em seus rumos de líder de uma nação que, como se sabe, sofreu tremendamente com as trevas de uma ditadura militar brutal que se arrastou por anos e anos.

Portanto, a presidente deveria entender que o povo não aguenta mais sofrer repressão, por qualquer motivo que seja, em qualquer aspecto e área da sociedade. Porém, um dos setores sociais cruciais para o pleno exercício da democracia, já que é assim que se enuncia o governo da Argentina, vem sendo atacado: a imprensa.

Há anos, desde que se encontra no poder, Cristina Kirchner não sabe lidar muito bem com o poder paralelo que, queira ela ou não, é exercido pela imprensa. Não necessariamente um poder de oposição, um poder explicitamente político, mas sim fiscalizador e denunciador.

A presidente ainda tinha a possibilidade de se apoiar em seu marido, porém, agora que se encontra sozinha, qualquer crítica provinda, principalmente, do jornal Clarín, é rebatida com violência despropositada. O último episódio se deu quando manifestantes invadiram a sede do jornal e o impediram de circular.

O que o governo, em todas suas instâncias, fez? Nada. Comprar briga contra os grandes empreendedores da mídia é completamente insalutar, e ir de frente à liberdade de imprensa é ainda pior. Por cumplicidade com quem fechou o jornal Clarín, Cristina só fez com que uma situação que já era ruim se agravasse.

Ela disputa as eleições esse ano, tentando se reeleger. Será que a população tolerará a repressão que há tanto tempo tenta esquecer?

 

Por Gabriel Goes


O correto

O texto que transcrevo a seguir não é meu, recebi através do e-mail, gostaria de esclarecer. Contudo, como o achei extremamente interessante, iluminador no sentido de mostrar que a presidente deve ser chamada não como quer, mas sim como é o correto de acordo com a língua portuguesa, ei-lo:

“Dilma Roussef (e seus subordinados), se chama de presidenta do Brasil. Falou assim no discurso de posse, e continua falando direto, confundindo alguns jornalistas, que falam (na TV) ou escrevem: o mesmo jornalista ora escreve presidenta, ora presidente, e a bagunça está instaurada. Então leiam essa aulinha aí embaixo:

Presidenta???

Mas, afinal, que palavra é essa totalmente inexistente em nossa língua?

Bem, vejamos:

No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendigar é mendicante…

Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.

Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, a pessoa que preside é PRESIDENTE, e não “presidenta”, independentemente do sexo que tenha. Se diz capela ardente, e não capela “ardenta”; se diz estudante, e não “estudanta”; se diz adolescente, e não “adolescenta”; se diz paciente, e não “pacienta”.

Um bom exemplo seria: “A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta. “”

 

Por Gabriel Goes


O Poder da Comunicação – Parte II

Há relatos de que pessoas tenham se suicidado durante a radiodifusão, tamanho foi o temor que assolou a população norte americana naquele momento. Pessoas fugiram de suas casas e causaram um alvoroço geral, mesmo que por algumas horas e em uma escala menor do que seria posteriormente divulgado.

Hoje, o contexto histórico, político e social é completamente diferente. Uma sociedade complexa que ainda estava se formando agora está totalmente consolidada, com suas bases capitalistas e informacionais sendo, a cada dia, mais fundamentadas. Ao contrário de 1938, a situação atual do mundo não é de guerra, pós-guerra ou iminência dela, há certa estabilidade econômica e política e o mundo é muito mais conectado.

A partir do ano da transmissão de Welles surgiram ou consolidaram-se a televisão, grandes empresas de comunicação e, posteriormente, computadores e a internet, que hoje reina sobre a rede informática mundial. O rádio perdeu muita força, mas em compensação todos os outros meios se desenvolveram e, finalmente, se interconectaram.

A situação que se tem hoje é de uma rede de informações complexa, ágil, rápida, imediatista, incessante e em tempo real. Ferramentas como as redes sociais permitem que canais de comunicação estejam 24 horas por dia divulgando matérias, histórias e fatos sem que se apurem muitas das coisas e se perca quase nada. Surge, então, a pergunta: Qual é o impacto de uma notícia hoje?

Uma notícia amplamente veiculada, reproduzida por grandes canais de comunicação na televisão, nos jornais impressos e na internet, com vídeos e fotos, é quase sempre tomada como verdadeira. Hoje em dia, os meios de comunicação são a principal fonte de informação, e eles criam uma estranha relação entre a sociedade e uma realidade que não pode ser diretamente comprovada por ela, mas é aceita como tal.

Portanto, por mais que as pessoas tenham criado uma consciência maior e os níveis de informação e escolaridade médios tenham crescido, por outro lado as notícias que são despejadas para cima da população são de uma escala exponencialmente muito maior e crescente, e é difícil discernir entre tudo isso, ainda mais com o senso vigente da necessidade por velocidade. É seguro dizer que uma notícia inventada, mas veiculada como verdade, que não dê margem para descoberta de uma possível fraude facilmente, através de todos os meios de comunicação, pode realmente tomar ares de veracidade.

Talvez, se Orson Welles quisesse medir, hoje, o poder dos meios de comunicação, almejando um resultado semelhante ao que conseguiu na década de 1930 com o rádio, espalhando pânico pela população com a invenção (ou simplesmente a interlocução de uma novela de ficção científica) de uma invasão alienígena, ficasse desapontado. Uma notícia falsa veiculada por um site na internet logo terá seu conteúdo desmentido por outro, mesmo que algumas pessoas se percam em confusão, ainda mais na interconectividade das redes sociais.

Porém, é também certo dizer que a realidade em que vivemos é pautada amplamente pelos meios de comunicação. A atualidade mediática composta por fatos que geram grupos de discussão, assuntos para tratar com os amigos e informação em geral não deixa margem para segregação da esfera dos meios de comunicação, impondo, de certa forma, uma opressão de notícias. Nem sempre, mesmo se informando, é possível manter contato direto com a realidade. Orson Welles poderia ficar desapontado por não conseguir simular uma nova invasão extraterrestre. Mas ficaria ainda mais surpreso ao descobrir o poder, ainda não totalmente explorado, dos meios de comunicação.

 

Fiquei satisfeito em concluir minha exposição factual e meus argumentos por aqui, até como forma de instigar ainda mais os questionamentos sobre os meios de comunicação. No entanto, a resposta dada por mim nesse texto dividido em duas partes só responde – e olhe lá! – à segunda pergunta inicialmente feita – sobre “A Guerra dos Mundos”. E isso explica porque o título deste post não diz “Parte Final”. O verdadeiro poder da Comunicação não pode ser tão simplesmente descoberto e decifrado. Quem sabe uma “Parte Final” nunca apareça por aqui. Mas não custa continuar buscando a resposta ou, quem sabe, ainda mais um questionamento.

 

Por Gabriel Goes


O Poder da Comunicação – Parte I

Um trabalho simples da universidade pode suscitar discussões muito mais amplas, como: Qual é o verdadeiro poder dos meios de comunicação? É difícil precisar, ainda mais hoje, quando todos eles estão cada vez mais conectados e apresentando um fluxo crescente de informações. A pergunta pode ser levada para o âmbito histórico ao relembrarmo-nos da radiotransmissão, de 1938, feita por Orson Welles, da novela de ficção científica de H. G. Wells, que gerou pânico nos Estados Unidos. A pergunta então seria outra: Seria possível, hoje, repetir o efeito obtido por Welles na década de 30? A resposta, tento dar a seguir (em duas partes):

Em 1938, Orson Welles, que viria a se tornar um famoso diretor de filmes como Cidadão Kane, propôs ao Columbia Broadcasting System a transmissão de uma releitura para rádio da novela de ficção científica de H. G. Wells, “A Guerra dos Mundos”. Em meio à programação normal, que envolvia música, houve uma interrupção e Orson Welles começou a desencadear, a partir do anúncio de que meteoros haviam atingido pontos dos Estados Unidos, um sério efeito dominó.

Nessa época, em termos de pesquisa e teorias da Comunicação, o que se tinha era a Teoria (da agulha) Hipodérmica, que representava, mesmo que não formalmente, o entendimento e o senso comum da população, que acreditava terem os meios de comunicação efeitos ilimitados, fortes, diretos e imediatos no comportamento dos indivíduos que formavam a sociedade.

Hoje se percebe que as coisas não acontecem como se acreditava na Teoria Hipodérmica. Os efeitos dos meios de comunicação não são tão poderosos e estratificadores. Porém, há que se levar em conta o contexto histórico de uma sociedade envolta no período entre Guerras, oprimida sob o efeito da propaganda dessa época, principalmente durante manifestações bélicas que envolviam todo o conjunto social, na chamada Guerra Total.

Esse contexto dá certa base empírica para que se entenda porque as pessoas pensavam dessa maneira. Assim como, além disso, outros dados, principalmente sobre o rádio, ajudam a entender o porquê do efeito da transmissão de Orson Welles ter sido tão grande. Em 1938, data da radiodifusão de “A Guerra dos Mundos”, aproximadamente 80% dos domicílios americanos contavam com um rádio, e existiam mais de 600 emissoras. Havia, em média, apenas 15 minutos de noticiário por dia em toda a programação, e então, normalmente, eram condensados os fatos mais importantes do dia ou da véspera.

Entende-se melhor agora o contexto no qual foi encaixada a transmissão de Welles. Mesmo com uma breve introdução que poderia dar a entender que a manifestação seguinte se tratava da reprodução de uma obra de ficção, o efeito foi gigantesco. Se o que Orson Welles queria era comprovar qual o alcance do rádio, chegou a conclusões satisfatórias, sem dúvida.

A transmissão continuou, narrando alienígenas de tentáculos e raios laser que aterrorizavam todo o país, até culminar na morte do apresentador.


Goteira na diplomacia

O debate nunca chegou a sair de cena, mas hoje, dia 07 de dezembro, foi reforçado e muito pela prisão de Julian Assange, australiano fundador e principal ativista da WikiLeaks, organização que se compromete, desde 2006, a adquirir e vazar documentos internacionais de ordem histórica, política, diplomática e envolvendo questões éticas. Uma rede complexa e ampla de fontes e informantes se espalha pelo mundo inteiro, coletando e passando, mais recentemente, os dados para equipes de jornalistas que apuram o que deve ser tornado público no site ou em veículos da imprensa. O controle existe até pelo número de documentos ser absurdo – mais de 250 mil. E até agora só algo em torno de 1000 foram publicados.

Em torno de toda a polêmica levantada por esses vazamentos de informação, surgem algumas dúvidas: o que a WikiLeaks está fazendo é criminoso? É ético? O que é fofoca e o que é realmente relevante?

Comecemos de como se deu a maior parte desse vazamento recente, dos 250 mil documentos da diplomacia americana. Um jovem soldado, de nome Bradley Manning, entrava todo dia em sua base no Iraque com um CD da Lady Gaga, com o pretexto de ouvi-lo. O que ele fazia, com o CD que na verdade era uma mídia gravável, era obter dados classificados como confidenciais ou secretos. De forma ilegal. O que denota que uma parte do processo era sim, criminoso. Mas ora, e a fragilidade do sistema de segurança? Um absurdo que não é levado em conta.

No entanto, Julian Assange por ele mesmo não cometeu crime algum. O pretexto da Interpol de prendê-lo, como ocorreu, por estupro de duas mulheres quando dava palestras na Suécia (acusação da qual Assange já havia sido absolvido) é, como eu mesmo disse, um pretexto. Inútil. Prendê-lo parece ser uma grande vitória dos Estados Unidos contra a WikiLeaks, mas agora que os arquivos já caíram na rede, tanto faz Assange solto ou Assange encarceirado. Achar que os vazamentos vão parar é subestimar o poder da internet.

Dos questionamentos sobre a legalidade das ações da organização, incorre outro debate: o da ética. E por esse prisma, pode-se argumentar que Julian Assange e sua WikiLeaks estão corretíssimos em fazer transparecer os segredos das diplomacias, que deveriam desfrutar do mínimo de opacidade que lhes é permitido em suas relações,  mas pelo visto o fazem em escala muito maior. O direito à informação está sendo mais do que respeitado: está sendo posto em prática.

No entanto, que informação é essa? E é aí que deve entrar, e agora mais do que nunca, o papel do jornalista de apurador dos fatos apresentados, e com mais rigor do que tem aparecido. Porque muito do que foi vazado pela WikiLeaks já se sabe, e ainda mais coisas são mera fofoca. Pode ser engraçado, mas daí a fazer a população se perder em meio a uma enxurrada de informação sem sentido é um passo na beira do abismo. Há coisas relevantes, sim, e cabe aos jornalistas apurá-las, depurá-las e publicá-las da maneira correta.

A WikiLeaks está aí, mais em evidência do que jamais esteve, para entrar para a história. O que se tem certeza é que existe uma goteira na diplomacia americana (imaginem só se fossem em todas, o caos que não seria!). O que os Estados Unidos mais querem nesse momento é chamar um encanador, urgentemente. Mas o mundo? Ah, esse só quer ver a água transbordar.

Por Gabriel Goes


Mentes esponjosas

É muito difícil desenvolver uma teoria científica, e ainda mais uma que ganhe status de lei vigente em campos do conhecimento como a Física, a Química etc. O método científico que envolve as etapas de concretização de uma teoria é muito rigoroso. Porém, há outro tipo de teoria. Aquela que nos vêm à mente quando conjecturamos despretensiosamente nos nossos dias. Aproveito para lhes apresentar uma de minha autoria, capturada dos devaneios de minha mente:

A premissa é de que, hoje em dia, o conhecimento humano, ou melhor, a habilidade de reunir informação, se dá pela capacidade de absorvê-la. Me refiro, com essa premissa, ao mundo em que vivemos agora: um mundo rápido e impiedoso nas suas redes informacionais, situação que só tende a piorar. Um exemplo magno disso, em minha opinião, é o das chamadas mídias sociais, e principalmente o Twitter. A quantidade de informação recebida aumenta exponencialmente à medida que se segue mais e mais pessoas, ou entidades, ou canais de notícias e futilidades.

Por volta de cinco horas da tarde, e até dez da noite, o fluxo é impressionante. São milhares de conversas, assuntos, pessoas e notícias que podem ser do mundo todo. O que é uma só pessoa dentro de tudo isso? Menor que um grão de areia, provavelmente. Mais insignificante. Ou pode não ser.

No entanto, para que essa insignificância não seja consolidada – e a consumação de tal fato não significa necessariamente exposição no meio social ou virtual (em suma, fama) – é absolutamente fundamental ter uma mente preparada. É uma situação infeliz a que chegamos, mas hoje, se se quer mergulhar de cabeça nas redes informacionais do mundo em que vivemos, é preciso estar preparado de um jeito sem precedentes. E o fator mais importante para tanto é ter capacidade de absorver informação. Imaginem só uma mente que consegue guardar, aprender e botar em prática tudo que vê, ouve, lê em um dia? É esse o ser humano moderno, é esse, cada vez mais, o nosso mundo.

 

Por Gabriel Goes


Mudança de rumo?

Já faz um tempo que venho percorrendo esse caminho, escrevendo rigorosamente todos os dias neste blog (ou quase todos os dias, no mínimo) e, portanto, angariando alguns seguidores assíduos, o que é raro, e, mais frequentemente, leitores esporádicos, que vêm e vão. E, com eles, surgem primeiras e até mesmo últimas impressões, que também podem se esvair tão rapidamente quanto o clique no botão para fechar a janela do blog.

Mas que não seja por isso! Algumas das tais impressões já me chegaram aos ouvidos ou aos olhos, seja por que meio for, e algumas podem ficar registradas aqui, agora. Basta dar seu voto sobre questões que são realmente relevantes pra mim – e por isso peço a todos que comentem nos textos, o que não acontece muito – e quem sabe haja uma mudança de rumos. É claro que eu decido, mas também depende de vocês. Vamos lá, votem, e com sinceridade, por favor:

 

Agradeço o voto e a sinceridade! Se puderem, leiam os textos, e se gostarem divulguem e por favor comentem. Espero continuar com o blog e o apoio dos leitores e votantes é essencial. Até a próxima!

 

Por Gabriel Goes


Academia

Hoje venho aqui discorrer sobre um tema que é recorrente na minha vida, senão parte fundamental e intrínseca dela: a Comunicação Social. Tendo sido a minha opção de estudos em nível superior e, posteriormente, de carreira na selva do mercado de trabalho, tenho algo a aprender todos os dias, seja na universidade, ambiente tão rico de ideias e diversidade de opiniões e discussões, seja fora dela, vendo e lendo jornais ou conversando com as pessoas que fazem parte da minha convivência diária.

Como ressaltado por mim no texto sobre escolas técnicas, que acabou sendo mais sobre universidades, a origem dessa organização do pensamento se dá, realmente, na Grécia Antiga, com as academias, que lecionavam, principalmente, filosofia. Em meio a tantas correntes filosóficas que surgiram e se desenvolveram nesta época, duas chamam minha atenção no âmbito da Comunicação Social: a Dialética e a Retórica.

Confesso que não saberia muito mais do que apenas seus nomes se não fosse uma das minhas aulas de Teorias da Comunicação, que buscava esclarecer em que período histórico surgiu o estudo da Comunicação. Ora, desde quando se comentou com o vizinho sobre tal forma de se informar um fato há um certo estudo dos meios e efeitos que a comunicação humana gera. Mas quando o estudo se formalizou?

De acordo com a aula lecionada por meu professor, é incorreto afirmar que tenha sido na Grécia Antiga. Ora, mas por quê? Sabe-se que, além das duas correntes supracitadas, havia também a Oratória, disseminada pelos sofistas, que seria o método ideal e o estudo do “falar para”. A Retórica, também instituída, provavelmente, por sofistas, era o estudo do “falar para, mas falar bem”, chamada por muitos de “tecnologia da palavra”. Já a Dialética, cuja inauguração alguns atribuem a Zenão e outros a Sócrates, é uma corrente legitimamente filosófica – já que sofistas foram desconsiderados nessa categoria, de certa forma – e diria respeito ao “falar com e de”, ou “falar sobre”.

“Falar com e de” poderia identificar, claramente, o assunto – que também remeteria à mensagem –  o emissor e o receptor, elementos que integram estudos atuais e formais da Comunicação Social. E ainda  pode afirmar meu professor que a história não pode ser usada para compreender o estudo presente. É claro que a Filosofia não tinha um ramo específico para a Comunicação Social, nem esse ramo surgiu como uma escola independente na Grécia Antiga. Porém, renegar a herança que os gregos, em suas famosas academias, deixaram para nós e para a Comunicação Social, é não só abnegar o passado como destituir de sentido todo o estudo das universidades, ou estudo acadêmico, como bem diz o nome.

Ah, se não fossem os gregos…

 

Por Gabriel Goes


Causas e possíveis consequências da escolha de graduações

Em mais uma incursão para as profundezas de minha câmara de incansáveis estudos, consegui, após dias analisando, escrevendo, pensando incessantemente, concluir mais um ensaio, dessa vez, sobre causas e possíveis consequências esperadas pelas pessoas na escolha de seus cursos de graduação. Finalmente, cheguei a um resultado minimamente satisfatório, e aqui o apresento:

– Para Ciências Econômicas, tem-se que a pessoa convive com problemas financeiros e procura solucioná-los por entender como o mundo da economia funciona. Ou seja, ela está é querendo salvar o próprio bolso.

– Para Psicologia, e este é um caso quase definitivo, os graduandos, majoritariamente, buscam tal curso não para compreender as outras pessoas a ajudá-las, mas sim para compreender e ajudar a si mesmo. Isto é, psicólogos ou aspirantes a tanto normalmente tem seus graves problemas psicológicos.

– Para Comunicação Social: a pessoa tem problemas em se comunicar em um meio social, em se conectar com o ambiente a sua volta… bem, talvez esse caso só se aplique a mim mesmo.

– Para Direito, o indivíduo definitivamente só está disposto a ler toda aquela papelada, todos aqueles livros com termos indecifráveis e no mínimo 500 páginas para, no fim, saber que em sua vida não terá problemas nenhum com a justiça.

Poderia eu ficar muitas e muitas horas discorrendo sobre os resultados do meu aprofundadíssimo estudo, que envolveu também a origem e a finalidade que os graduandos de Computação buscam em seu curso, entre muitas outras habilitações universitárias, mas dou-me ao luxo de parar por aqui, pois cada um tem seus problemas e sabe o que faz com sua vida. Deixo também à imaginação de cada um para advinhar o que preservo agora nos meus alfarrábios desse ensaio. Finalmente, a pergunta que realmente vale a pena ser feita é: e então, por que você escolheu seu curso?

 

Por Gabriel Goes